"Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza". (Boaventura de Souza Santos)

terça-feira, 29 de abril de 2014

“Fada do Dente” coleta dentes de leite para estudar autismo O projeto ainda está em fase de teste de medicação, mas isso não quer dizer que a cura seja apenas um sonho O projeto Fada do Dente vem mostrando avanços em pesquisas sobre o autismo. O nome do projeto vem do material chave para o estudo: dentes de leite de meninos e meninas portadoras da síndrome. A análise é feita na polpa do dente, ou seja, em seu recheio. “Do recheio são extraídas as células-tronco que são um pouco diferenciadas das extraídas de outras partes do corpo”, explica a bióloga e coordenadora do projeto, Patrícia Beltrão Braga. O fato dessas células não serem tão avançadas permite uma reprogramação celular. “É como se fosse uma volta no túnel de tempo. Por não serem tão maduras, temos meio caminho andado para retorná-las ao modo embrionário e, a partir daí, transformá-las no que quisermos, neste caso, em células do cérebro para entender melhor a doença”, diz a coordenadora. Segundo Patrícia o projeto ainda está em fase de teste de medicação, mas isso não quer dizer que a cura seja apenas um sonho. “A cura, ou pelo menos um tratamento para o autismo, está um pouco longe, mas não tanto assim. Do jeito que estamos trabalhando dá para dizer que daqui uns cinco anos já teremos algumas drogas candidatas ao combate dessa síndrome ou pelo menos a melhorar os sintomas. Esse é o projeto da minha vida e estamos trabalhando vinte e quatro horas para isso”, finaliza a bióloga. Para participar No site da Fada do Dente (www.projetoafadadodente.com.br) é possível encontrar todas as informações sobre o projeto e como fazer a coleta em casa. Basta se inscrever e preencher uma ficha clínica dizendo inclusive quem diagnosticou a doença na criança, pois o projeto, ao contrário do que muitos pensam, não diagnostica a doença. A partir disso, por email, os especialistas fazem um acompanhamento desde o amolecer do dente, até a montagem do kit caseiro para que o dente seja enviado por correio ao projeto.
http://saude.terra.com.br/saude-bucal/atualidades/fada-do-dente-coleta-dentes-de-leite-para-estudar-autismo,d51a3b0dd4995410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O autismo resulta de anomalias no desenvolvimento de certas estruturas cerebrais do feto, revelaram neurologistas americanos. A descoberta faz parte de estudo que mostra uma desorganização na estrutura cerebral das crianças autistas. "Se for confirmada por outras investigações, poderemos deduzir que isso reflete um processo que se produz bem antes do nascimento", explicou Thomas Insel, diretor do Instituto Americano da Saúde Mental (Iasm), que financiou o trabalho publicado na revista New England Journal of Medicine. "Esses resultados mostram a importância de uma intervenção precoce para tratar o autismo, que atinge uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos", acrescentou. O autismo é "geralmente considerado um problema do desenvolvimento do cérebro, mas as investigações não permitiram ainda identificar a lesão responsável", disse Insel. "O desenvolvimento do cérebro de um feto durante a gravidez inclui a criação do córtex - ou córtex cerebral – composto por seis camadas distintas de neurónios", precisou Eric Courchesne, diretor do Centro de Excelência em Autismo da Universidade da Califórnia (San Diego), principal coautor da pesquisa. "Nós descobrimos anomalias no desenvolvimento dessas camadas corticais na maioria das crianças autistas", acrescentou. Os médicos analisaram amostras de tecido cerebral de 11 crianças autistas, com idade entre 2 e 15 anos, no momento da sua morte, e compararam com amostras de um grupo de 11 crianças não autistas. Os investigadores analisaram uma série de 25 genes que servem de marcadores para certos tipos de células cerebrais que formam as seis camadas do córtex e constataram que esses marcadores estavam ausentes em 91% dos cérebros de crianças autistas, contra 9% no grupo de controle (crianças não autistas). (Agência Brasil, com informações da Agência Lusa)