"Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza". (Boaventura de Souza Santos)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Aprendizagem da Leitura para Promover a Linguagem

Pais e profissionais e para todos os que apoiam crianças e jovens com Perturbações Cognitivas no ensino pré-escolar e 1º ciclo.

Quinta-feira, dia 6 de Março de 2009 no CNEMA – Centro Nacional de Exposições - Sala 3, em Santarém, das 9:30 às 13 horas.

Dra. Teresa Condeço. Psicóloga Educacional, Formadora na área do Ensino Especial, Colaboradora do Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças, Sócia-fundadora da APPT21

Formalizar a inscrição com o pagamento até dia 29 de Fevereiro. Inscrição após esta data é de 40 Euros. Número minímo de 15 participantes.

http://www.nasturtium.com.pt/documentos/inscricao/prog_aprender_falar_cnema09_hvj.pdf

http://www.nasturtium.com.pt/detalhes_f.php?id=55

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Congresso Internacional «Perturbações do Desenvolvimento -da Infância à Idade Adulta»

O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (CADin) vai organizar, entre os dias 25 e 28 de Março de 2009, o Congresso Internacional «Perturbações do Desenvolvimento -da Infância à Idade Adulta».



Programa:

Dia 25 de Março de 2009, 4ª feira
EDIFÍCIO CADIn

16h00 Registo e entrega de pastas

16h30 Sessão de apresentação de posters

18h30 Porto de Honra



Dia 26 de Março de 2009, 5ª feira
CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL

08h30 Registo e entrega de pastas

09h00 Sessão de Abertura

09h30 CONFERÊNCIA
Moderador: Leonor Ribeiro
Novas perspectivas na identificação de alunos com Dislexia: o que a investigação diz sobre a resposta à intervenção (Response To Intervention - RTI)
- Douglas Fuchs, Vanderbilt Peabody College

Pear Assisted Learning System (PALS), uma estratégia eficaz de intervenção na matemática
- Lynn Fuchs, Vanderbilt Peabody College

11h00 Pausa para café

11.30 Painéis temáticos

PAINEL 1 – Novas Famílias
Moderador: José Gameiro

Refazer caminhos: Eu, a minha família e as minhas dores de crescimento.
- Mafalda Correia, CADIN

PAINEL 2 – Asperger e sexualidade
Moderador: Nuno Lobo Antunes

Sexualidade e autismo
- Carlos Filipe, CADIn

PAINEL 3 – Autismo, alguns aspectos particulares
Moderador: Paula Freitas

Perturbações do Espectro do Autismo versus Perturbações Específicas da Linguagem: Diagnóstico diferencial
- Carla Almeida e Jaqueline Carmona, CADIn

Contenção da agressividade no autismo
- Isabel Costa, CADIn

12.30 Almoço

14.00 Painéis Temáticos

PAINEL 1: Dislexia e outras Dificuldades de Aprendizagem
Moderador: Vítor Cruz

As Dificuldades de Aprendizagem Específicas em Portugal
- Ana Paula Martins, Luís de Miranda Correia, Universidade do Minho – Instituto de Estudos da Criança

Avaliação da Leitura, o que se tem feito em Portugal
- São Luís Castro, Universidade do Porto

PAINEL 2: A integração Socioprofissional de Pessoas com Perturbações
do Desenvolvimento
Moderador: Carlos Filipe

Operação emprego para deficientes na cidade de Lisboa
- Célia Fernandes, Câmara Municipal de Lisboa

Treino de Competências Sociais em Adultos com Síndrome de Asperger
- Ricardo Canal, Universidade de Salamanca. Asociación Asperger Castilla y León

PAINEL 3: Biologia das Perturbações do Desenvolvimento
Moderador: Nuno Lobo Antunes

Biologia das Perturbações do Desenvolvimento
- Alexandre Castro Caldas, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

15.00 Painéis Temáticos

PAINEL 1: Intervenção Familiar
Moderador: Rosa Amaral

Outra oportunidade ao casal
- José Gameiro, Universidade Egas Moniz – Faculdade de Ciências da Saúde, Monte da Caparica

PAINEL 2: Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção
Moderador: Ana Rodrigues

Treino parental na Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção: Programa “Incredible Years”
- Maria Filomena Gaspar, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

PAINEL 3: A Diferença Tabu
Moderador: Patrícia Pascoal

A diferença tabu: o rapaz que gostava de bonecas
- Nuno Lobo Antunes, CADIn

16.00 Pausa para café

16.30 CONFERÊNCIA:
Moderador: Carla Almeida
Diagnóstico Precoce das Perturbações do Espectro do Autismo
- Fiona Scott, Autism Research Centre, Cambridge

17.30 Programa social



Dia 27 de Março de 2009, 6ª feira

9.30 CONFERÊNCIA
Moderador: Carlos Filipe

Comunicação a anunciar
- Hanna Damásio, University of Southern California

Perturbação Bipolar e Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção: Diagnóstico diferencial na infância e implicações no tratamento
- Paula Cristina Correia, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

11.00 Pausa para café

11.30 Painéis temáticos

PAINEL 1 – Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção
Moderador: Armando Fernandes

Avaliação psicológica e diagnóstico na Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção: Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra
- Mário R. Simões, Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação

Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA) e a Escola: Estudo sobre a percepção e atitudes dos professores face à PHDA em idade escolar
- Ana Rodrigues, Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa, CADIn

PAINEL 2 – Epilepsias
Moderador: Pedro Cabral

Epilepsias e perturbações do desenvolvimento
- Sofia Quintas, CADIn

PAINEL 3 – Terapias alternativas
Moderador: Rosa Amaral

Das vitaminas à acupunctura: Terapias alternativas nas perturbações do desenvolvimento
- Nuno Lobo Antunes, CADIn

12.30 Almoço

14.00 Painéis Temáticos

PAINEL 1: Autismo
Moderador: Inês Leitão

Estereotipias nas perturbações do espectro autista
- Teresa Themudo, Hospital Santo António, Porto

Erros metabólicos no autismo
- Guiomar Oliveira, Hospital Pediátrico de Coimbra

PAINEL 2: Inclusão: do conceito à prática
Moderador: Carlos Filipe
Representante do Ministério da Educação
Representante do Fórum de Estudos para a Educação Inclusiva: David Rodrigues
Representante da Plataforma da Educação

PAINEL 3: Perturbações do sono na infância
Moderador: Ana Santa Clara

Doenças do Sono na Criança
- Teresa Paiva, CENC. CADIn

Sono nas Perturbações do Desenvolvimento
- Mafalda Leitão, CADIn

15.00 Painéis Temáticos

PAINEL 1: Dislexia e outras Dificuldades de Aprendizagem
Moderador: Ana Paula Loução Martins

Validação de um Teste de Avaliação da Caligrafia: Um Estudo Piloto no Concelho de Cascais
- Ana Paula Martins, Leonor Ribeiro, Universidade do Minho – Instituto de Estudos da Criança, CADIn

PAINEL 2: Nutrição

Alimentação nas Perturbações do Autismo
- Sandra Nunes, CADIn

PAINEL 3: Associações de pais
Moderador: Isabel Cottinelli
Representante da APSA: Piedade L. Monteiro
Representante da Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas: Eduarda Cabrita
Representante da APPDA Norte: Paula Freitas
Representante da Raríssimas

16.00 Pausa para café

16.30 CONFERÊNCIA
Moderador: Rosa Amaral

Mating in Captivity – Intimidade e sexualidade nos casais de hoje
- Esther Perel, Columbia University, New York

17.30 Programa social



Dia 28 de Março de 2009

09.30 CONFERÊNCIA
Moderador: Sandra Pinho

Diagnóstico da Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção no adulto
- Sandra Kooij, PsyQ, psycho-medical programs, Den Haag, The Netherlands.

10.30 Pausa para café

11.00 CONFERÊNCIA
Sessão de encerramento
- António Damásio, University of Southern California

12.00 Sessão de encerramento

12.45 Almoço

15.00 WORKSHOPS
Workshop 1
“Construção de Software para Intervir na Dislexia”
- Carla Cohen e Sílvia Lapa, CADIn

Workshop 2
“Coaching in adults with ADHD”
- Sandra Kooij

Workshop 3
“Ser casal”
- Rosa Amaral, CADIn

Workshop 4
“Dinâmicas de Grupo e Materiais na Intervenção Psicoterapêutica”
- Raul Melo

17.00 Pausa para café

Workshop 5
“Quando pedir uma avaliação de uma criança em Terapia da Fala?”
- Jaqueline Carmona, CADIn

Workshop 6
“Treino Parental na PHDA”
- Núcleo PHDA CADIn

Workshop 8
“Síndrome de Asperger”
- Núcleo SA CADIn

Workshop 9
“Peer Assisted Learning System – PALS”
- Douglas e Lynn Fuchs

19.30 Conclusão de trabalhos







Valor da inscrição:
Inscrição no Congresso (visita ao CADin no dia 25 + 3 dias de congresso)
- Até dia 15 de Fevereiro: 60€
- Após dia 15 de Fevereiro: 75€
Workshops:
- 1 workshop: 40€
- 2 workshops: 70€

Contactos
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (CADIn)
Estrada da Malveira, Edifício CADIn
2750-782 Cascais
Telf.: 919 351 835 - 912 540 412
Website: www.cadin.net
Email: congressos@cadin.net

http://www.jasfarma.pt/noticia.php?id=1883

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O que aconteceu ao Blogue Aromas de Portugal do Mário?

Mário se ler o meu post, gostaria de poder continuar a seguir o seu blogue.
Gosto de ler toda a informação que disponibiliza, se me der a honra de poder continuar a seguir o seu blogue, desde já fico muito agradecida.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Gene condiciona comportamento social em macacos e humanos

As variações genéticas no gene que transporta serotonina, crucial na regulação das emoções e presente em macacos e em humanos, modelam o comportamento social.

Esta descoberta da Duke University (EUA), que aparece no último número da revista PLoS One, poderia contribuir para criar um novo modelo para estudar o autismo, o transtorno de ansiedade social e a esquizofrenia.

Os humanos e os macacos são os únicos membros da família primata que têm este traço genético, que influi nos transtornos experimentados no âmbito das recompensas sociais.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas estudaram o comportamento e a ansiedade social em dois grupos de macacos que apresentavam variações no gene transportador da serotonina.

Já sabiam que existem duas versões do gene nos humanos: longa e curta, que podem se repetir no par de cromossomos ou aparecer combinadas.

Aquelas pessoas que têm um gene de cada tipo sofrem uma maior incidência do transtorno da ansiedade social e de outros comportamentos.

Na experiência com o macaco rhesus (divididos em dois grupos de gene longo/gene longo e gene longo/gene curto), a presença da versão curta do gene influiu na hora de correr riscos quando enfrentavam um estímulo social: os animais apresentavam um estado emocional medroso e eram reticentes a se arriscarem.

O primeiro teste consistiu em mostrar aos animais imagens de rostos de macacos conhecidos de diferentes status social (esta espécie vive em sociedades despóticas e usa comportamentos dominantes ou submissos para expressar sua categoria social).

Os primatas com uma cópia do gene curto dedicaram menos tempo a olhar as imagens, foram menos propensos a desenvolver um comportamento social arriscado e a observarem aquelas imagens nas quais apareciam macacos de grande status.

Além disso, tiveram um maior diâmetro de pupila quando olhavam para os animais poderosos da comunidade, um sinal que indica uma alta excitação.

Nos estudos realizados com humanos se observou que as pessoas com a versão curta do gene têm com frequência amídalas cerebrais (que detectam as ameaças do ambiente) hiperativas.

Após observar rostos de indivíduos poderosos, os macacos com a versão curta do gene estavam assustados e menos dispostos a enfrentarem riscos e escolhiam a opção segura de uma quantidade de suco ao invés de se arriscarem para conseguir uma maior quantidade.

Por último, os cientistas usaram um teste de recompensas.

Os macacos com as versões longas do gene deixaram de um lado o suco para olhar as imagens de machos dominantes, porém os que tinham a cópia curta tiveram que beber o suco para olhar para estes animais.

Segundo os pesquisadores, a variação genética na serotonina contribui para moldar o comportamento dos macacos através das recompensas e dos castigos.

Como estas variações só ocorrem no ser humano e nos macacos, os cientistas propõem usar estes animais para estudar o que ocorre no cérebro das pessoas, algo que poderia lançar luz em transtornos como o autismo, a ansiedade social e a esquizofrenia.


http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid307165,0.htm

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Exame pré-natal poderá acusar autismo

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada nesta segunda-feira pode abrir caminho para o diagnóstico pré-natal de autismo. Por outro lado, o estudo deve trazer consigo uma série de controvérsias, sobretudo a respeito da possibilidade de aborto nesses casos.
Cientistas liderados pelo professor Simon Baron-Cohen, uma autoridade mundial no assunto, acompanharam 235 crianças desde antes do nascimento até os oito anos de idade. Eles concluíram então que altos níveis de testosterona no líquido amniótico de mulheres grávidas estava associado a sintomas de autismo na infância.
Os resultados da pesquisa podem servir de base para o desenvolvimento de uma amniocentese (usada para detectar síndrome de Down) para identificar casos de autismo ainda na barriga da mãe. Mas a possibilidade de realizar esse tipo de teste traz outros questionamentos: "Se existisse um pré-natal para autismo, seria desejável?", pergunta o próprio Cohen.
O professor levanta a questão principalmente devido ao conceito que se tem de autismo. Caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e pela criação de um mundo autônomo, a condição é muitas vezes associada à genialidade e a um grande poder de concentração responsável por habilidades extraordinárias em matemática e música. No entanto, a outra faceta do distúrbio traz crianças incapazes de se comunicarem e forçadas a viver em instituições especializadas.
Um possível exame pré-natal para diagnosticar autismo não poderia, a princípio, identificar para qual desses extremos seria levada a criança. Por isso, Cohen avalia que é preciso começar a debater a questão. "O que nós perderíamos se crianças autistas fossem eliminadas da população? Existe um teste para a síndrome de Down que é permitido e os pais exercem o seu direito de optar pelo aborto. Mas autismo é frequentemente associado ao talento. É uma condição diferente", ressalta.

http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-saude/exame-pre-natal-podera-acusar-autismo-413710.shtml



MedicinaResgatados da solidão absoluta
Já é possível diagnosticar autismoem bebês e há tratamentos quepermitem a muitas crianças levaruma vida próxima do normal
Anna Paula Buchalla

Fabiano Accorsi
Felipe é atendido pelas psicólogas Leila Bagaiolo (à esq.) e Cíntia Guilhardi. A terapia comportamental tem sido uma ferramenta bastante útil na missão de integrar os autistas à sociedade
"Meu filho Felipe é autista. Ele é um garoto feliz e brincalhão. Mas não foi sempre assim. Quando completou 1 ano e 8 meses, entrou num processo regressivo. Foi perdendo as palavras e as brincadeiras que havia aprendido até então. Era como se eu estivesse perdendo o meu filho." O depoimento é da médica Simone Pires, de 33 anos. Ela chegou a ouvir de um neurologista que Felipe seria incapaz de formar vínculos afetivos e que o melhor seria que o menino ficasse em casa, trancado em seu próprio mundo. Felipe hoje tem 5 anos. Freqüenta a escola, tem amigos, pratica natação. Desde os 2 anos, submete-se a um tipo de terapia comportamental, a ABA (sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento), criada para tirar o autista do isolamento em que vive e promover a sua inclusão na sociedade. Por meio dela, ensina-se o autista a desenvolver habilidades, como brincar e interagir com amigos, olhar nos olhos de quem lhe fala, demonstrar afeto. Recentemente, para aplacar a angústia da avó depois de um susto, Felipe beijou-a e disse: "Passou. Passou". Até pouco tempo atrás, esse comportamento seria inimaginável para um autista. O progresso de Felipe é resultado dos avanços conquistados no diagnóstico e no tratamento do distúrbio, sobretudo na última década.
Hoje é possível saber se uma criança de 3 meses sofre de autismo, um tipo de perturbação que faz com que ela não interaja com o mundo exterior. O diagnóstico é feito por intermédio de testes de comportamento e questionários respondidos pelos pais. Quanto antes iniciado o tratamento, melhores são os prognósticos. Algumas crianças respondem melhor, outras nem tanto, mas sempre haverá algum ganho com a intervenção precoce. Em alguns casos, como o de Carolina, de 4 anos, o sucesso é praticamente completo. Do silêncio e da reclusão absoluta em que viveu até um ano e meio atrás, a menina passou a conversar com fluência impressionante. Seu desenvolvimento cognitivo e social a levou a níveis bastante próximos dos de uma criança sem problemas.

Carol do Valle
CRIANÇA FELIZ Carolina é um caso exemplar do sucesso da intervenção precoce. Há dois anos, ela não falava nem fazia contato visual. "Eu podia chorar na frente dela que minha filha não esboçava nenhuma reação. Fui logo procurar ajuda, mas não foi fácil no começo. Cheguei a ouvir de um pediatra que o problema era meu e não dela", diz Luciana, sua mãe. Em tratamento desde então, Carolina é hoje, aos 4 anos, uma criança feliz, que brinca, conversa, tem amigos e freqüenta a escola
Dos sinais que permitem identificar o distúrbio em crianças muito pequenas, o mais claro é a esquiva: elas evitam olhar nos olhos dos pais e não dão nem gostam de receber carinho, o que os especialistas chamam de obstrução na circulação do afeto. No entanto, a maioria dos pais só costuma notar que há algo errado por volta de um ano e meio. É quando se percebe uma defasagem no nível de linguagem da criança ou fica claro que ela evita brincar com outros meninos e meninas. O autismo leva a criança a viver num mundo em que não existe a noção de fantasia. As brincadeiras de faz-de-conta, essenciais ao desenvolvimento intelectual, porque ajudam a criar as sinapses necessárias à aquisição de conceitos abstratos, não fazem parte de seu universo. Uma caneta na mão de uma criança autista jamais viraria um microfone, por exemplo. "Quando é o primeiro filho, é muito difícil identificar os sintomas, já que não se tem parâmetros de comparação dentro de casa", diz Penélope, mãe de Isabela, de 4 anos, e de João, de 1 ano e 5 meses. "Se o meu caçula tivesse nascido primeiro, com certeza eu teria identificado o autismo de Isabela bem antes."
Além do comprometimento da linguagem verbal, da dificuldade de interagir socialmente e das alterações de comportamento, o autista repete incessantemente uma mesma atividade. Os especialistas acreditam que se trata de uma forma de eles se certificarem da própria existência. O autismo pertence a uma classe de distúrbios conhecida como transtornos globais do desenvolvimento, que inclui também a síndrome de Asperger, um problema que costuma ser confundido com o autismo, por apresentar sintomas muito parecidos. A diferença é que os portadores de Asperger não apresentam déficit de linguagem e, nos casos extremos, têm capacidade de memorização bem acima da média – como o personagem de Dustin Hoffman no filme Rain Man.
Passados mais de sessenta anos desde que foi descrito pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, o autismo ainda não tem suas causas inteiramente esclarecidas. Supõe-se que haja um componente genético. Pesquisas indicam que o distúrbio tende a ser mais freqüente entre filhos de matemáticos, físicos ou engenheiros – pessoas dotadas de grande raciocínio lógico. A partir desse dado, alguns especialistas deduzem que os autistas contam com um cérebro radicalmente "masculino". Ou seja, com estruturas voltadas exclusivamente para o lado da racionalidade, em detrimento daquelas ligadas a aspectos emocionais. A reforçar essa tese, para quatro meninos com o problema, há apenas uma menina na mesma condição. O que se tem por certo é que algumas conexões neurais do cérebro de um autista são falhas. O trabalho mais recente sobre o assunto foi divulgado na semana passada por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Por intermédio de exames de imagem, eles mostraram que essas conexões inadequadas comprometem a comunicação entre diversas áreas cerebrais. "Acredito que, com os progressos da neurociência, nos próximos dez anos haverá ganhos substanciais no conhecimento desse distúrbio", afirma o psiquiatra Marcos Mercadante, da Universidade Federal de São Paulo.
Ao mesmo tempo em que antidepressivos e remédios contra a hiperatividade ajudam com sucesso a controlar determinados sintomas, a melhor forma de tratar o autismo é tentar integrar o paciente ao mundo. Para que isso aconteça, ele tem de ter à sua disposição, desde cedo, uma equipe multidisciplinar formada por neurologista, psiquiatra, psicólogo e fonoaudiólogo, entre outros. "Dessa forma, antes de começar a freqüentar a escola, a criança é estimulada a entender esse novo universo, onde há outras crianças, regras a ser seguidas e muito trabalho a ser feito", explica a psicóloga Cíntia Guilhardi, da Clínica Gradual, que adotou o método ABA. Como se fosse um SOS Babá, uma terapeuta vai à casa do paciente, faz um trabalho com os pais e acompanha o dia-a-dia da criança, inclusive dentro da sala de aula. Além de ter de se adaptar à nova rotina da filha, Luciana, mãe de Carolina, precisou vencer preconceitos. "A mãe de uma coleguinha não queria mais que elas andassem juntas porque disse que sua filha estava regredindo por causa de Carolina", conta ela. Ainda há um bom trato de ignorância a ser vencido. "A convivência social é importantíssima para quem sofre da perturbação. Um dos principais fatores de estímulo para uma criança autista é outra criança, especialmente se for da mesma escola", diz o psiquiatra e psicoterapeuta infantil Wagner Ranna, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo. No livro Mãe, Me Ensina a Conversar, recém-lançado pela editora Rocco, a carioca Dalva Tabachi, mãe de Ricardo, hoje com 25 anos, aponta também as dificuldades de quem tem uma criança com o problema: "Às vezes a família esconde o filho especial, diferente, tentando evitar a discriminação e o preconceito. Mas a fuga não é o caminho certo".
Uma das maiores fontes de angústia para os pais de uma criança autista é a incerteza sobre o futuro do seu filho. Enquanto pais de meninos e meninas saudáveis conseguem prever a evolução de seus pequenos, os pais de quem apresenta o problema tateiam no escuro, já que cada caso tem suas particularidades. Sem contar o impacto em toda a família. Muitos casais se separam, enquanto outros abandonam a idéia de mais um filho. "Ter o Danny é como ter o stress de um recém-nascido permanentemente em casa", disse o escritor inglês Nick Hornby, cujo filho de 13 anos é autista, em entrevista ao jornal The Guardian. As perguntas que os pais mais fazem aos especialistas são: "O que acontecerá ao meu filho? Ele poderá ter uma vida normal?". Em que pesem todos os avanços, o prognóstico é incerto, dependendo do grau do distúrbio, das peculiaridades de suas manifestações, do tipo de assistência que a criança recebe e do ambiente em que ela vive. "A única forma de sobreviver é não se apegar ao que não vai acontecer. É viver dia após dia, saboreando o prazer de estar com seu filho", diz Hornby. Não se deve, portanto, suprimir o presente, que é o tempo em que todos – autistas ou não – vivem de verdade.

O MUNDO EM FIGURAS
Jason Fulford
Temple Grandin: autismo sob controle
A engenheira e bióloga americana Temple Grandin, de 59 anos, era um bebê que recusava colo e, até os 3 anos, não pronunciava uma palavra sequer. Somente perto dos 30 anos conseguiu olhar alguém nos olhos. "Ainda hoje, se olho nos olhos, distraio-me e não ouço o que a pessoa está falando", disse ela em entrevista a VEJA. Temple sofre de um grau moderado de autismo. Estimulada desde cedo a se integrar ao mundo, ela se tornou professora universitária. Dá aulas na Universidade do Colorado e projeta equipamentos para a pecuária. O que facilitou a integração de Temple à vida normal foi sua capacidade de compreender que enxergava o mundo de uma forma diferente, em que não havia lugar para abstrações. Por isso, para conseguir apreender significados, ela começou a traduzir conceitos em figuras. Tudo, inclusive emoções e sensações, é convertido em imagens na sua cabeça. A honestidade, por exemplo, é para ela a figura de um homem, com a mão sobre a Bíblia, fazendo um juramento. "Minha mente funciona como um Google que busca imagens", explica. Para Temple, quanto mais coisas novas ela aprende, menos "autista" fica. Seu universo, no entanto, é restrito às atividades que exerce. Ela só consegue relacionar-se com pessoas que compartilham de seus interesses – bichos, computadores e música. A história de Temple está contada no livro Um Antropólogo em Marte, do neurologista inglês Oliver Sacks.
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http://veja.abril.com.br/251006/p_090.html

Autismo detectado antes do nascimento

Estudo. Investigadores britânicos ligaram o excesso de testosterona no líquido amniótico ao autismo. Com a descoberta, pensam ser possível encontrar um tratamento para a doença ou permitir a escolha de interromper, ou não, a gravidezEstudo permitirá investigar um tratamentoInvestigadores britânicos esperam ter aberto caminho à possibilidade de detectar o autismo através de rastreios pré-natais, ou seja, durante a gravidez. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Investigação do Autismo da Universidade de Cambridge conclui que a presença de elevados níveis de testosterona no líquido amniótico das grávidas estará ligado a traços autistas. Os resultados, publicados no British Journal of Psychology e citados pelo The Guardian, abrem a possibilidade de tratar a doença durante a gravidez ou de a interromper, à semelhança do que já se passa com o síndroma de Down (trissomia 21).Durante cerca de oito anos, uma equipa do centro de investigação observou o desenvolvimento de 235 crianças. Todas elas têm mães que fizeram amniocenteses durante a gravidez, teste usado geralmente acima dos 35 anos e que visa despistar anomalias genéticas. De acordo com um dos investigadores, citado pelo mesmo jornal, foi encontrada uma ligação consistente entre os níveis de testosterona - hormona masculina - no útero e traços ligados ao autismo, como a dificuldade em socializar, falar correctamente ou expressar necessidades. As crianças tinham entre oito e dez anos e foram sujeitas a dois testes distintos, mas o estudo ainda vai continuar. Nos primeiros anos do estudo não foi possível medir os traços nas crianças, mas os cientistas já tinham encontrado alguns indicadores. Foi o exemplo de rapazes que não olhavam outras pessoas nos olhos. Já se sabia que a doença afecta sobretudo rapazes e que tem várias causas na sua origem. Mas os investigadores defendem também que a doença é "uma consequência da masculinização do cérebro", refere o The Guardian. Logo, relacionada com a testosterona.Esta investigação levanta duas hipóteses de aplicação. Uma delas é a possibilidade de a mulher saber antes do nascimento se o seu filho terá ou não grandes probabilidades de vir a ter a doença. Jorge Branco, presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, diz ao DN que, "se se confirmar esta ligação, a possibilidade de testar será interessante". Mas ressalta que "seria necessário ter a certeza dos valores de testosterona associados ao autismo. Mas aí era preciso saber quais os valores normais".Antes da realização de qualquer teste, é necessário garantir acerteza desta ligação. A avançar para a hipótese de interromper uma gravidez na sequência desta descoberta, "temos de ter dados mais válidos. E o caminho ainda é longo", refere ao DN.A interrupção da gravidez na sequência da detecção de autismo é uma temática muito polémica. Por um lado, porque há pais de crianças autistas que consideram que esta possibilidade iria gerar ainda mais discriminação e perda de meios de apoio, que demoraram a ser alcançados. A hipótese de conhecer o diagnóstico antes do parto seria importante também para que os pais se preparassem para mais rapidamente intervir e dar o melhor apoio à criança.Mas há ainda outras razões para debater. Jorge Branco lembra que a doença pode não implicar elevado grau de dificuldades mentais. "Uma criança autista pode ter uma vida perfeitamente normal". Também Isabel Cottinelli Telmo, da Federação Portuguesa de Autismo, salienta que este estudo pode trazer uma "grande avanço". Mas tem a certeza de que "muitos pais continuariam a preferir ter o seu filho", o que aliás ainda acontece com os casos de trissomia 21. Contudo, as consequências das duas doenças são totalmente diferentes.E tratar? A controvérsia é igual quando se analisam as consequências destas conclusões ao nível do tratamento. "Podíamos fazer algo em relação a isso. Alguns investigadores ou laboratórios podiam ver isto como uma oportunidade para desenvolver um tratamento pré-natal", diz ao The Guardian Simon Baron-Cohen, o director desta equipa de investigação. Um exemplo seria um bloqueante de testosterona.Para avançar com qualquer tratamento, era preciso "avançar com um ensaio clínico, o que, só por si, é complicado porque estamos a falar de mulheres grávidas, diz António Vaz Carneiro, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

http://dn.sapo.pt/2009/01/13/sociedade/autismo_detectado_antes_nascimento.html

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O que é o autismo? Uma abordagem para crianças

Existem meninos e meninas que não vêem o mundo como tu. E não estamos a falar de não ver como os cegos, mas sim de não interpretar as coisas como tu fazes, de não conseguir associar alguém a chorar à dor ou tristeza, ou um riso à alegria, de não conseguir comunicar porque não liga as palavras ao que elas querem dizer. Estes meninos são autistas. Se calhar conheces algum ou tens um colega na escola que é autista.
Estes meninos precisam de ajuda para fazer coisas que para ti são simples, não porque não se consigam mexer ou falar, mas porque o cérebro deles não é capaz de processar a informação necessária para fazer estas coisas. Mas existem diversos níveis de autismo, e os meninos com um autismo ligeiro, podem, com ajuda e apoio, aprender a fazer quase tudo e levar uma vida normal.
Queres saber mais sobre o autismo? Como podes ajudar e perceber melhor os meninos autistas? Então acompanha-nos nesta aventura pela internet e encontra as respostas às tuas questões.

Algumas questões…
O que é o autismo? Quais são as causas? É comum nas crianças? Quais são os sintomas? Posso apanhar autismo por brincar com um menino autista? Como podemos tratar o autismo?
Estas são apenas algumas questões para dar início à nossa aventura… queres mais umas sugestões?
Como é viver com o autismo?
Os autistas podem ir à escola e aprender o que eu aprendo?
Existem equipamentos especiais para autistas?
Ouvi dizer que existem tratamentos com cavalos. Os animais ajudam os autistas?
Tenho de ir para uma escola especial se for autista?


Aqui estão alguns breves dados que vão ajudar-te na tua aventura e a responder a algumas questões. Mas não te esqueças: são apenas alguns dados. Vais ter de procurar na net para encontrares todas as respostas na tua aventura.
Sabias que:
As crianças autistas, tal como todas as crianças, são diferentes no comportamento e habilidades. Todas as crianças com autismo têm sintomas diferentes, o que torna difícil diagnosticar o autismo. Um sintoma pode ser fácil de ver numa criança e não se ver noutra. Estes são alguns dos sintomas mais comuns nas crianças autistas:
Dificuldade em relacionar-se com as outras pessoas: a maior parte das crianças autistas não gostam de ser olhadas nos olhos, nem que lhes toquem e preferem ficar sozinhas.
Dificuldades em falar e comunicar: cerca de 4 em cada 10 crianças autistas não conseguem falar. Outras sofrem de outro problema, chamado de efeito eco, porque apenas repetem o que lhes foi dito.
Não gostam de mudanças: as crianças com autismo gostam de rotinas, o que significa fazerem sempre as mesmas coisas da mesma maneira. Podem reagir muito mal quando alguém lhe alteram as rotinas, porque deixam de saber como fazer as coisas.

Pronto para saber mais?
Imagina a seguinte história: o Luís foi à casa do seu amigo Diogo, onde conheceu o irmão de quatro anos do Diogo, chamado Gil. “Olá” disse o Luís ao Gil com um sorriso. O Gil olhou para o Luís e não disse nada. Depois voltou a brincar com um brinquedo velho sem dar atenção ao Luís. O Luís disse ao Diogo: “acho que o teu irmão não gosta de mim”. “Não é culpa tua” disse o Diogo, “ele é autista.”O Luís quis saber mais sobre o autismo para ajudar o irmão do Diogo. E tu, queres saber mais?
O que é o autismo?
O autismo altera a forma como vemos e experienciamos o mundo. Uma criança autista não interpreta as coisas ou os sentimentos como tu. É difícil para um miúdo autista relacionar-se com outros miúdos ou expressar-se através de palavras. Os miúdos autistas normalmente isolam-se num mundo deles e precisam de ajuda para comunicar.
O autismo provoca reacções diferentes ao que se passa à volta. Sons que para ti são normais podem incomodar um autista, ao ponto de os levar a tapar os ouvidos. Até a sensação de ser tocado, como por exemplo quando te encostas a um amigo, pode ser muito desconfortável para um miúdo autista.
Crianças com autismo têm mais dificuldade, ou não conseguem, associar coisas. Por exemplo, quando alguém sorri, tu sabes que essa pessoa está contente ou está ser amigável. Mas um miúdo com autismo terá dificuldade em associar o sorriso a um estado emocional da pessoa.O mesmo se passa com as palavras. Um miúdo autista tem dificuldade em ligar as palavras ao seu significado. Imagina o que será tentar perceber o que os teus amigos estão a dizer se não souberes o que as palavras significam. É muito frustrante para uma criança tentar dizer qualquer coisa e não encontrar as palavras certas. Por isso às vezes os autistas têm acessos de muito mau humor. Não é por mal... é apenas frustração.
Se conheces, ou já viste algum miúdo autista, deves ter reparado que parecem ter comportamentos estranhos. Podem estar sempre a bater palmas, a repetir as mesmas palavras sem parar, ter birras ruidosas ou brincar apenas com o mesmo brinquedo. A maioria dos autistas mão gostam de alterações na sua rotina. Se estão habituados a acordar a uma determinada hora, tomar o pequeno-almoço e depois brincar, não gostam de trocar a ordem das actividades. Por exemplo acordar, brincar e depois tomar o pequeno-almoço. Gostam de seguir rotinas, que são sempre iguais. É a maneira que eles encontraram de organizar um mundo que é diferente do nosso. E quem diz a rotina, diz também a forma como os objectos ou brinquedos devem ser arrumados da maneira deles. E ficam muito chateados se alguém mudar essa ordem.
Quando um miúdo tem autismo, o cérebro dele tem dificuldade em realizar um trabalho muito importante: que o mundo faça sentido. O teu cérebro está sempre a interpretar os cheiros, os sons, as imagens e todas as sensações que chegam através dos cinco sentidos. Se o teu cérebro não conseguir interpretar estas sensações, vais ter dificuldades em andar, falar, ir à escola, relacionares-te com outras pessoas e fazeres as coisas normais do quotidiano.
O autismo pode ser ligeiro, afectando apenas parte da vida quotidiana, ou ser mais profundo, tornando a pessoa muito mais dependente dos outros.
O que causa o autismo?
O autismo afecta cerca de 1 em cada 150 miúdos, mas ninguém sabe ainda qual a causa. Alguns cientistas pensam que existem crianças com maior probabilidade de ter autismo porque já existe ou existiu alguém autista na família. Esta é uma explicação genética. Mas existem crianças que são autistas sem nunca ter havido ninguém autista na família. O cérebro humano é muito complicado, por isso determinar a causa exacta do autismo é muito difícil.
O cérebro tem mais de 100 biliões (leste bem... biliões) de células nervosas, chamadas neurónios. Cada neurónio pode ter centenas ou milhares de ligações que levam mensagens a outros neurónios ou células nervosas. As ligações e os mensageiros químicos, chamados neurotransmissores, permitem aos neurónios em várias partes do cérebro – as partes que ajudam a ver, sentir, mexer, recordar e muito mais - a trabalharem em conjunto.
Por alguma razão, algumas destes neurónios e ligações numa criança com autismo não se desenvolveram correctamente ou ficaram danificadas. Normalmente estes problemas acontecem nas partes do cérebro ligadas á comunicação, emoções e sentidos.
Como é diagnosticado o autismo
Perceber se uma criança é autista pode ser difícil. Normalmente, são os pais os primeiros a suspeitar que algo se passa. Talvez a criança já tenha idade para começar a falar e não o faz, talvez não demonstre interesse pelas outras pessoas ou tem comportamentos estranhos. O problema é que o autismo não é a única explicação para estes problemas. Uma criança com problemas de audição também vai ter dificuldade em aprender a falar.
A juntar a isto, os teste de laboratório normalmente também são normais em crianças autistas. No entanto, os médicos fazem estes testes para excluir outras doenças ou problemas. Estes teste incluem análises ao sangue, urina, audição, ondas cerebrais, teste de QI (quociente de inteligência, embora o resultado destes teste não seja conclusivo).
Muitas vezes, reúne-se uma equipa de especialistas de várias áreas para determinar se a criança é autista. Esta equipa pode ser formada por pediatras, neurologistas pediátricos, especialistas em desenvolvimento infantil e terapia da fala, psicólogos e psiquiatras infantis, etc. Esta equipa vai estudar como a criança brinca, aprende, comunica e se comporta. As informações dadas pelos pais também são estudadas. Depois de terem toda esta informação, os especialistas podem decidir se a criança tem autismo ou outro problema.
Como podemos tratar o autismo?
Infelizmente não existe cura para o autismo, mas os médicos, terapeutas, pais e professores podem ajudar as crianças com autismo a ultrapassar ou a ajustarem-se às dificuldades. Quanto mais cedo a criança começar a terapia para o autismo melhor.
As crianças são diferentes e têm necessidades diferentes, mas aprender a comunicar é um primeiro passo fundamental. Aprender a falar pode ser complicado para as crianças autistas, mas não é impossível. Muitos miúdos autistas percebem melhor as palavras quando as vêem, por isso os terapeutas ensinam os miúdos a comunicar com a ajuda de imagens ou mesmo com linguagem gestual (não confundas com a língua gestual dos surdos, aqui falamos mesmo de gestos, alguns mais simples, como o apontar, outros mais complexos). Este método ajuda os miúdos autistas a aprender outras coisas e muitos acabam mesmo por aprender a falar.
Os terapeutas também ensinam coisas que tu podes achar simples e banais, mas que fazem toda a diferença na qualidade de vida de um autista. Por exemplo, cumprimentar uma pessoa, seguir direcções, escovar os dentes, comer sozinho, etc. Existem também terapias próprias para crianças autistas que são mais activas e têm dificuldade estar sossegadas ou controlar o mau-humor. E por vezes, têm mesmo de tomar medicamentos para controlar o temperamento e comportamento.
Crianças com autismo ligeiro podem mesmo ir à escola normalmente, mas a maioria precisa de uma escola especial, mais calma, com professores especiais.
Viver com o autismo
Muitas crianças com autismo ligeiro vão crescer e ser capazes de viverem a sua vida de forma quase autónoma. Mas aqueles com autismos mais profundos vão sempre precisar de ajuda. Mas não te esqueças, todas as crianças autistas podem ter uma vida feliz se tiverem o apoio e amor dos pais, irmãos, família, médicos, professores e colegas.


Sítios para pesquisar
Agora que já sabes mais um pouco sobre o autismo, continua a tua aventura nestes sítios. Ainda existem muitas questões por responder e descobrir. Alguns sítios estão em inglês, por isso pede ajuda aos teus pais ou professores. Cada um dos sitios apresenta uma parte da informação que precisas… e como tudo na internet, vais encontrar outras ligações, outros destinos.
CadinLê um texto bastante completo sobre o autismo. Se precisares de ajuda para perceber tudo pede aos teus pais ou professores. Aproveita para navegar um pouco no sítio e descobrir mais sobre o autismo, outras deficiências mentais e as actividades do Cadin.
Federação Portuguesa de Autismo Navega no sítio da Federação Portuguesa de Autismo e descobre as várias iniciativas sobre o autismo, aprende mais sobre o tema, vê o que está a ser feito por todo o país.
Autismo na Wikipedia Para um saber enciclopédico, nada melhor do que consultares o artigo sobre o autismo na Wikipedia. Aqui podes encontrar ligações para outros artigos e perceber como tudo se conjuga.
CDC's Autism Information Center Apesar de estar apenas em inglês, neste site podes encontrar muitas das respostas às tuas questões. Um sítio bastante completo, com muitas ligações para explorares.
HipoterapiaSabias que os animais podem ser excelentes terapeutas? Visita este sítio e descobre como a terapia com cavalos pode ajudar as crianças autistas.


Mais sítios divertidos
Quem disse que aprender não era divertido? Nestes sítios podes aprender enquanto participas nas actividades e jogos ao teu dispor. Mas atenção, todos estes sítios estão em inglês, por isso já sabes: pede aos teus pais ou professores ajuda. Quem sabe se eles também não aprendem algo novo.

Autismo para crianças Um sítio divertido com muitas coisas para descobrir e jogar.
Center for Disability Information & Referral: Disability Awareness for Youth Vê diversos textos sobre o autismo e outras deficiências mentais.
http://educalia.educared.net/edu/secundaria/aacc/e/jugar/shjugar2.htmlNeste divertido sítio, cheio de cores e dinamismo, joga os diversos jogos e aprende mais sobre esta temática.

http://www.inr.pt/content/1/222/que-autismo/1

Instituto Nacional para a Reabilitação