"Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza". (Boaventura de Souza Santos)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Já são 15 anos de dedicação aos autistas

Notícia publicada na edição de 30/09/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno C - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Não há cura para o autismo, apenas tratamentos específicos e atividades pedagógicas cuja finalidade é auxiliar a pessoa com a síndrome a superar suas limitações e, dentro de suas potencialidades, o desenvolvimento de independência, para facilitar o seu convívio com o meio que o cerca. A informação consta do folder da Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (Amas), que dedica 15 anos de sua existência ao tratamento e pesquisa em busca de melhor qualidade de vida aos 42 alunos em tempo integral, de 11 a 37 anos de idade. Há, na fila de espera, segundo a diretora da entidade, a pedagoga Jeane Pereira de Lima Collaço, mais 70 pessoas.

Com o slogan ‘Educação Especial levada a sério, a Amas emprega a metodologia dos EUA, pois, como Jeane diz, é universal e baseia-se no aspecto do tratamento visual. Como esses alunos não conseguem memorizar rotinas de tarefas diárias, precisam de estímulos visuais para que façam as coisas. Assim, os afazeres são colocados em cartazes e fixados na lousa para que façam as atividades do dia. Jeane destaca ser importante citar os sintomas da síndrome, porque as pessoas ainda têm dúvidas. Os sintomas são: usar pessoas como ferramentas; resistir a mudanças de rotina; não se misturar com outras crianças; apego inapropriado a objetos; não mantém contato visual; age como se fosse surdo; resiste ao aprendizado; não demonstra medo do perigo; risos e movimentos não-apropriados; resiste ao contato físico; acentua hiperatividade física; gira objetos de maneira bizarra e peculiar; às vezes, é agressivo e destrutivo; e apresenta modo e comportamento indiferentes e arredios.

Estatisticamente, o Brasil está melhor que os EUA. Enquanto no Brasil, de cada 1.500 pessoas nascidas uma desenvolverá um nível de autismo; nos EUA, a cada 110 pessoas nascidas uma será autista. O autismo manifesta-se quatro vezes mais em meninos do que em meninas.

Em média, o gasto da Amas para manter um aluno é de R$ 1.500, uma quantia inviável ao orçamento da família dos autistas. A maioria é carente. Eles permanecem na escola de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, têm férias de 15 dias em julho e de um mês em dezembro. Na entidade, recebem medicamentos e atendimento médico multidisciplinar nas áreas de psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia comportamental, fisioterapia, reorganização neurofuncional, entre outras.

A Amas mantém parceria com a Casa do Cirineu, que fica no Itanguá. As salas são utilizadas por profissionais da Amas para fazer atendimentos aos pais de filhos autistas. Jeane diz que a entidade gostaria de atender a um número maior de pessoas, especialmente porque recebem, também, autistas de cidades da região. Atualmente, por exemplo, há dois alunos de fora: um de Pilar do Sul e outro de Salto de Pirapora. Há uma área no Wanel Ville, doada pela prefeitura, onde se pretende concluir a construção do Núcleo Terapêutico da Amas, porém, faltam recursos para finalizar as obras que estão sem cobertura e acabamento. Com a ajuda da Alcoa Foundation, foram iniciadas as obras de quatro salas, mas falta dinheiro ainda. A entidade aceita todo tipo de doação, recebe subsídios do município, por meio da Secretaria da Educação, e de sócios-contribuintes. Bazares, jantares, almoços entre outros eventos são feitos para arrecadar fundos. Algumas mães reformaram, recentemente, bonecas e brinquedos e pretendem, agora, fazer um bazar em outubro.


SERVIÇO


Amas Sorocaba

Rua Nova Odessa, 201, Jardim Vera Cruz

(15) 3222-4646/3334-4400/3334-4449

www.amas.com.br

Sem comentários: