"Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza". (Boaventura de Souza Santos)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pesquisas descartam relação entre mercúrio e autismo

Muitos pais se preocupam com a possibilidade de uma conexão entre o autismo e a exposição de crianças ao mercúrio. Mas a maioria das pesquisas descarta esses temores como infundados, e um novo estudo aponta que as crianças autistas na verdade apresentam níveis mais baixos de mercúrio no organismo do que crianças que registram índices normais de desenvolvimento. Os níveis de mercúrio estão estreitamente relacionados ao consumo de carne de peixe, o estudo constatou, e as crianças que sofrem de autismo e de distúrbios assemelhados tendem a ser mais seletivas quanto aos alimentos e evitam comer peixe.

Depois que os pesquisadores ponderaram os seus cálculos levando em conta o consumo mais baixo de peixe pelas crianças autistas, descobriram que não existia diferença entre os níveis de mercúrio em seus organismos e a média constatada nas crianças não autistas. Irva Hertz-Picciotto, professor de ciências da saúde pública na Universidade da Califórnia em Davis e diretora científica do estudo, disse que as constatações não envolvem avaliar se o mercúrio exerce ou não papel determinante no autismo.

"Estávamos medindo os níveis de mercúrio existentes depois que diagnósticos de autismo já haviam sido apresentados, na maioria dos casos em questão há pelo menos alguns meses", disse Hertz-Picciotto. "Assim, esse estudo não oferece indícios que confirmem ou neguem o vínculo". O relatório, publicado em 19 de outubro na versão online da revista Environmental Health Perspectives, é parte de um estudo continuado que compara crianças autistas e crianças não autistas na Califórnia. O estudo, com 452 participantes, inclui 249 crianças que sofrem de autismo ou outros distúrbios no espectro do autismo, 143 que estão se desenvolvendo em ritmo normal e outras 60 que apresentam distúrbios de desenvolvimento não relacionados ao autismo.

Tradução: Paulo Migliacci ME

Sem comentários: